Morre Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez, aos 53 anos

O ex-ator e pastor batista Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniella Perez, morreu ontem à noite, informou em um vídeo o pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, em Minas Gerais. Segundo o pastor, Guilherme, aos 53 anos, estava dentro de casa, caiu e morreu, supostamente num infarto. Nos últimos anos, ele havia se tornado pastor da denominação evangélica, em Belo Horizonte.
Pouco antes das 22h, recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer. Pra mim foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã eu dirigi o culto, e ele estava com a esposa no primeiro banco. Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniella Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Ele estava dentro de casa, caiu e morreu. Acabou de morrer — relatou o pastor numa live.
Guilherme de Pádua nasceu em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e se mudou para o Rio de Janeiro no final dos anos 1980. Ele decidiu fazer a mudança em razão do sonho de tentar seguir carreira no meio artístico. Em 1992, Pádua interpretou o motorista Bira na novela “De Corpo e Alma” (TV Globo) e conheceu Daniella Perez, filha da escritora Gloria Perez. Na véspera da virada do ano, ele acabou chocando o país ao matar a filha da escritora e foi condenado a 19 anos de prisão pelo crime. “Ele já estava conosco há 15 anos, e o trabalho pastoral dele era justamente cuidar de outros ex-detentos”, completou o pastor, que tinha Pádua como atuante em sua comunidade desde 2017
Há cerca de seis meses, Guilherme de Pádua voltou a ter espaço na mídia em razão do lançamento da série “Pacto Brutal – O Assassinato de Daniella Perez” (HBO Max) e retornou às redes sociais para trazer os pontos que discordava do conteúdo — já que não foi ouvido pela produção do trabalho. Pádua também usou o seu canal no YouTube para pedir perdão para a escritora Gloria Perez, mãe de Daniella Perez, e o ator Raul Gazolla, marido da atriz na época, pelo crime.
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No vídeo, Pádua disse que o pronunciamento era a quem não acreditava em sua conversão, por não tê-lo visto pedindo perdão a Gloria Perez e às outras pessoas atingidas pela morte da atriz. O assassino, então, relatou que seu “maior sonho” era pedir perdão e decidiu usar a internet por não ter como ter contato com a escritora e o ator. “Pensei em procurar advogados do Raul Gazolla, da Gloria Perez. Pensei em pedir pra alguém que intermediasse esse encontro. Não imaginava uma coisa pela internet, um vídeo […] Talvez eu nunca vá ter uma oportunidade real de pedir perdão”, afirmou.
“Por isso, Gloria Perez, eu te peço perdão por todo sofrimento que eu te causei. Eu jamais esqueci daquele encontro na carceragem. Nunca esqueci. Raul Gazolla, eu te peço perdão. Eu nunca esqueci do dia que eu fui chamado na delegacia, você estava lá e se arrastou até mim. Me abraçou chorando. E ali eu vi que eu era a pior pessoa do mundo”, continuou. “Nunca na minha vida eu senti algo igual eu senti naquele momento. Nunca. Eu peço perdão aos familiares, aos amigos, a todos que se envolveram com essa história, que se entristeceram, que se revoltaram. Eu sei que esse pedido de perdão talvez não vá significar nada, mas eu quero deixar registrado”, concluiu Pádua.