Prefeitos fluminenses entram com ação coletiva contra Enel pela melhoria dos serviços

Prefeitos de dezenas de municípios fluminenses reuniram na manhã e início da tarde desta segunda-feira (27), e assinaram uma ação coletiva contra a concessionária Enel, para exigir melhorias na prestação de serviços. Os processos será encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio. O evento ocorreu em uma reunião no palco do Teatro Municipal de Niterói, no Centro, que teve ainda a presença do deputado estadual Vítor Júnior (PDT) e do federal, Max Lemos (PDT). A reunião foi promovida pela Prefeitura de Niterói.
“A gente espera um melhor serviço da concessionária de energia que atende a 63 municípios do nosso estado. O que nós estamos verificando agora é um atendimento de má qualidade, que não está preparado pra atender situações de contingência e isso é inaceitável. Não atende a demandas dos nossos municípios. Assinamos um documento de repúdio à Enel”, declarou o prefeito de Niterói, Axel Grael, após a assinatura do documento.
Durante a reunião, vários prefeitos se queixaram dos serviços da concessionária e relataram problemas que enfrentaram. Alguns defenderam o fim do contrato de concessão, como Fernando Jordão, de Angra dos Reis.
“É a união dos prefeitos contra a Enel. Ela não tem feito investimento no estado do Rio de Janeiro. A cidade de Angra tem diversos problemas. A gente ouviu só relatos. O que a Enel tem que fazer é botar dinheiro na concessão e ela não quer botar. Então, é melhor ela ir embora, porque ninguém suporta mais. Nós vamos ao governo federal, governo estadual, Alerj, a deputada Célia Jordão está junto com os deputados que estiveram aqui, para que a gente possa botar a Enel para trabalhar. É a segunda ação que entro contra a Enel. Culminou com um garoto de 11 anos, Juan, eletrocutado em um cabo que caiu lá. Graças a Deus, ele não morreu e está se recuperando. A atenção que a Enel dá às cidades é zero. Tivemos prejuízo no turismo de Ilha Grande, nas casas dos moradores. Enfim, a Enel atrapalha a vida de todo mundo”, disse o chefe do Executivo angrense.
O prefeito de Macaé, Welberth Rezende, defendeu a união dos prefeitos.
” A gente precisa se unir contra esses desmandos da Enel, que faz o que quer. A gente não se acha contemplado com os serviços que são oferecidos, que são muito ruins. Tem que melhorar muito para ser ruim. Hoje é muito negativo. A imagem da empresa no estado e no Brasil vai de mal a pior. A gente resolveu dar um grito de basta. Vínhamos entrando com ações individuais. A ação coletiva acaba sendo muito mais forte. Tenho certeza que a empresa vai olhar com outros olhos essa mobilização. Vamos também à Brasília, pois sabemos que o contrato está em vias de terminar. Vai ser modelado novo contrato e a gente não pode que nesses moldes a empresa continue. Não temos nada contra a Enel, efetivamente. O que a gente quer é um bom serviço sendo oferecido. Se for ela, que seja uma empresa totalmente diferente em suas ações. Não temos representante em nossa cidade. Pedimos o mínimo de respeito com a população, que fica sem energia elétrica, que é algo fundamental para o desenvolvimento das cidades”, disse Welberth.

Segundo ele, a falta de energia prejudicou o abastecimento de água em Macaé.
“O abastecimento de água também foi comprometido por falta da energia elétrica, que precisa tocar as bombas. Está sendo um grande caos na cidade, por conta da falta de compromisso da Enel com a população do estado do Rio de Janeiro. Pedimos o aumento das redes e o aumento da carga, pois o que é oferecido é insuficente para toda a cidade”, contou o prefeito.
O encontro foi articulado pelo prefeito de Areal, José Augusto Bernardes Lima. “Vamos recorrer ao governo federal e ao estadual. Precisamos ir à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) também. A Enel pediu a renovação da concessão e não podemos permitir que seja nos mesmos moldes”, disse.
Nesta terça-feira, 28, às 10h, a CPI da Enel na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai promover reunião com representantes da concessionária para discutir os problemas recentes no estado. A comissão é presidida pelo deputado estadual Vítor Júnior.